quarta-feira, 26 de maio de 2010

PEC 300: sofismas, manobras e mobilização.


Um sofisma é um raciocínio aparentemente válido, utilizado geralmente de maneira maldosa para convencer desavisados, mas, se analisado meticulosamente, se mostra uma grande mentira, pois se baseia em premissas falsas para se sustentar. É o que ocorre com a declaração do Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, ao dizer, segundo o Congresso em Foco, que “Em nenhum Parlamento do mundo existe o que ocorre aqui, com a pressão física às vezes prevalecendo sobre as pressões dos argumentos”.


O Deputado Temer se refere à atuação dos policiais brasileiros em prol da PEC 300, medida que cria o Piso Salarial Nacional para policiais civis, militares e bombeiros. A Câmara dos Deputados chegou a adotar medidas para proibir o acesso dos policiais ao plenário, restringindo o acesso de cidadãos a um ambiente público e teoricamente democrático.

Ao analisar a declaração do Deputado, percebemos uma verdade óbvia: a pressão física não pode suprimir a pressão dos argumentos. Não há homem em sã consciência que discorde disso. Porém, perguntemo-nos: é isso que ora ocorre?

Substituiria a expressão do presidente pela seguinte: “Em nenhum Parlamento do mundo existe o que ocorre aqui, onde o Governo Federal, através dos seus paladinos manobristas, interfere no legislativo, não convencendo legitimamente os deputados a votarem conforme seu posicionamento, mas impedindo que a votação de uma medida ocorra”.

O atual descrédito da sociedade com a câmara se dá por questões como essa, que demonstram claramente que os projetos políticos individuais estão impedindo que o parlamento brasileiro cumpra com sua missão. Se existe uma proposta, com grande clamor social pela aprovação, por que não votá-la? No Brasil não se questiona se uma proposta será aprovada ou não, mas se ela será votada ou não! Eis o absurdo…

O presidente Michel Temer, provável candidato a vice-presidente na chapa da ex-ministra Dilma Roussef, apoiada incondicionalmente pelo Governo Federal, resolveu criar uma comissão “especial”, sem data para ser instalada, para discutir a PEC – que está mais discutida do que relacionamento amoroso em crise.

Chegou o momento de surgirem lideranças, notadamente dos deputados Capitão Assumção, Major Fábio e Paes de Lira, dispostas à pressão antes que as eleições ocorram. É urgente a mobilização nacional de policiais e bombeiros de todo o Brasil, pois o que queremos não é forçar os deputados a aprovar a medida, já que a democracia ensina que cada qual atua conforme os interesses de seus eleitores, assumindo o risco-urna nas próximas eleições, mas que simplesmente a medida seja votada.

Com a palavra, as lideranças.

Abordagem Policial Blog.

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