terça-feira, 12 de abril de 2011

Bahia terá 34 UPPs instaladas no Estado até 2013

No total, 145 oficiais e praças da Polícia Militar estão sendo treinados para atuar nas bases de segurança


 
Enquanto a Polícia Militar iniciou o primeiro treinamento para a formação dos 145 oficiais e praças que atuarão nas Bases Comunitárias de Segurança, as UPPs baianas, na manhã de ontem, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) definiu os locais onde 34 unidades serão implantadas até 2013.

Ainda este ano serão instaladas quatro bases. A primeira, na comunidade do Calabar, já foi ocupada pela Polícia de choque e receberá, até o fim de abril, 105 dos policiais formados no curso. Posteriormente, esses agentes serão redirecionados para as bases seguintes. No Calabar, 30 policiais serão mantidos permanentemente e, nas outras unidades, esse número vai variar de acordo com a necessidade. Todos terão um tenente como comandante e um subtenente ou sargento no subcomando.

As bases comunitárias seguintes estarão, em ordem cronológica, no Nordeste de Amaralina, Tancredo Neves e Fazenda Coutos. A previsão é que, até 2013, 34 bases sejam implantadas no estado: 20 em Salvador e 14 no interior. Quatro bases ficarão em Feira de Santana. As bases serão fixadas em pontos estratégicos e vão abranger uma área de dois quilômetros quadrados.

Segundo a PM, a estratégia de ocupação das UPPs Baianas segue quatro ações: investigação, intervenção, ocupação e instalação. A implantação de Centros Digitais de Cidadania (CDC) para a população também estão sendo planejadas.

Para atender às demandas de comunidades marcadas pela violência, a polícia está escolhendo a dedo os PMs que serão treinados nos moldes do método japonês Koban. Agentes recém-formados, sem os “vícios” da profissão e sem antecedentes problemáticos na corporação, são candidatos em potencial. Cerca de 80% dos selecionados até agora tem ensino superior completo.

Koban é uma palavra japonesa, que significa “vigilância por troca”. O método é aplicado desde 1868 no Japão e um dos responsáveis pelos baixos índices de violência. Em 1997, o Koban foi introduzido em São Paulo e também vem sendo estudado e aplicado nas UPPs do Rio.

Primeiras serão instaladas este ano em quatro bairros da capital baiana

Desde 2008, a Polícia Militar baiana já enviou 28 oficiais para o curso internacional de polícia comunitária na capital paulista, sendo que dois deles chegaram a ir para o país oriental conhecer de perto a filosofia de trabalho que será implantado na Bahia.


Filosofia

Segundo a capitã PM Maria de Oliveira, futura responsável pela supervisão de todas as bases de Salvador, o Koban nada mais é que a polícia comunitária japonesa. “A abordagem não muda, mas sim a filosofia dos policiais. Agora, o PM vai entrar na comunidade e saber o nome das pessoas, quem é o professor das escolas. Isso cria uma relação de confiança e fortalece a segurança porque as pessoas passam a ajudar o policial.”

“O que precisamos mudar agora é a ideia de que o policial só chega pra bater. O momento agora é outro e o policiamento tem que estar embutido de valores”, explica. Para o coronel Nilton Mascarenhas, comandante geral da PM, o Calabar foi um local propício para iniciar esse novo momento. “Todos acreditavam que iríamos entrar com metodologias ultrapassadas, mas já vimos que subir em morro trocando tiro não traz nada de bom”, diz.

Com a aplicação do método Koban destrinchado no treinamento teórico de 40 horas durante cinco dias, os PMs passam a praticar o policiamento personalizado. Cada agente será responsável por uma área. “Se patrulho uma rua, vou saber quem são as pessoas que moram lá e eles vão saber quem sou eu”, explica o comandante da base do Calabar, capitão Alã Carlos Santos.

“Os PMs vão identificar não só problemas de violência, como também educação ou infraestrutura e trabalhar com o apoio de outros orgão públicos para solucioná-los". A intenção é que a base se torne uma referência para a comunidade e pra isso policiais andando a pé ou em motocicletas serão mais comuns que em viaturas, justamente para que o contato corpo-a-corpo desperte essa aproximação. "Não vamos esperar que eles nos procurem. Vamos antes até eles", afirma Santos.


Fonte: Jornal Correio da Bahia

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